A vida segue nos trilhos das escolhas que fazemos ininterruptamente. A busca implacável pelo sentido de nossos atos é, de certa forma, implacável. Quem esquece vive com um carma persistente na mente. Quem tenta não se lembrar convive com aquele assombro infinito do "e se".
É inviável que as falhas continuem sendo irrelevantes. As coisas que fazemos, excepcionalmente com o coração, sejam elas involuntárias boas ou ruins, deixam um marco imenso nas horas que demoram uma eternidade para passar.
A saudade é o estopim de qualquer questão existente. A vontade de estar perto já é maior que toda indecisão que, antes, pesava descontroladamente. Então, descobrimos que a nossa maior fraqueza está implícita naquilo que nos torna mais fortes.
Tudo o que antes era certo passa a ser a maior incógnita de nossas vidas. Sabemos e queremos tudo aquilo que o destino nos havia reservado, porém entregamos as cartas a fim de deixar que ele se encarregue disso, afastando-nos de qualquer responsabilidade em relação ao resultado. Tampouco, colocamos nossas visões à fogo para que tudo ocupe seu devido lugar.
O princípio de qualquer existência sentimental está dentro daquilo que mais julgamos desnecessário: a razão. Sem ela, seríamos reféns de nossos impulsos e sensíveis a qualquer modificação externa. Por mais que, às vezes, façamos as coisas sem pensar, a veracidade das consequências se mostra na linha tênue do desconforto: contradições de atos, de sentidos e palavras. Contraditoriamente, tudo ao avesso parece mais encantador. O mistério instiga mais que um terreno seguro.