No banho pensei e senti que ouvi… 
Era silêncio na sombra.
Um ângulo de 40º fingindo iluminar, sabe?
Nada pareceu preciso enquanto escorreu a seguir. 
Os sentidos queimaram e permaneceram atentos.
Reconheci que precisava das letras 
Num instante tão rápido
E decidi fazer tudo na mente, na hora.
Estava em outro mundo (se você bem me entende). 
Tem vezes que parece mais seguro subir um degrau.
Saí já sabendo que deixei algo lá. 
Enxerguei embaçado depois de abrir…
Prometi a mim mesma que voltaria, outrora.
Receio que o que foi deveria ficar.
Ainda, não soube como voltar o que já fugiu. 
Também não me esqueci daquilo que um dia pousou.
Não me lembro do que só corre,
Tampouco do que ficou no canto.
Pareceu que o resto estava sob os vidros.
Precisei respirar um segundo 
E escorei na parede suada, tão frágil.
Ao fechar os olhos,
Senti o frescor puro me atravessando.
Pedi a Deus, ali mesmo, que intercedesse e revelasse, 
mas acabei me deixando marchar rumo ao ralo.
Desisti, quase lá
Afinal, isso era apenas a rotina.
Não deu para nascer quando queria curar.
Foi uma terapia, em partes dançante. 
Encontrei comigo entre cada piscar.
No meu medo, descendo, entreguei a bagagem daquele intervalo.
Quando terminei - exausta - 
fui destinada a um lugar em específico.
Nada mais caberia o que eu podia entregar.
Naquele canto colado à varanda. 
Do 21º, no início.
Pareceu que, então, os rituais se estabeleceram.
Já era hora de adentrar o comum.
A gratidão me invadiu enquanto ajeitava o abrigo. 
Fiquei ali esperando para viajar.
Já é demais poder estar e, por isso, encontrar tanto…
Preciso lembrar ao questionar se existe.
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