Eu enxergo mar nas nuvens
E vejo luz na escuridão
Quando todos morrem de medo
Eu me liberto
Eu consigo ler como um flash
Mas pauso quando a música inicia
Enquanto todo mundo está na tela
Eu estou felizmente sozinha
Eu percebo os detalhes distraídos
E me envergonho quando tudo é tão claro
Já que todo mundo tem tanta certeza
Eu me afundo em minhas dúvidas infindáveis
Eu consigo bailar no silêncio
E fujo sempre do barulho
Todo mundo escuta os mais reproduzidos
Eu me arrepio com o meu próprio toque
Eu acredito ser louca já que o resto se acha inteligente demais
Morro de preguiça de quem já sabe tudo
Eu esqueço e recordo com o mesmo extremismo
O meu equilíbrio me faz cair do penhasco e voar antes de tocar o chão
Enquanto todo mundo espera o esplêndido
Eu me encanto e me perco, sobretudo, no ordinário
Na queda livre, observo o mundo de cima
À caminho da morte, tranquila, aproveito a jornada aqui embaixo.