As tuas formas parecem casa,
E cada janela tua
Emoldura o amor.
Nas ruas cotidianas,
As pedras levam ao caminho conhecido,
Mas sempre novo, assim como tu.
Das tuas curvas
Sopra a brisa leve,
E todo fim de tarde
É mágico e iluminado.
O teu sabor é surpreendentemente familiar,
E parece premiado
Mas, na verdade,
É o carinho que faz do teu tempero carro-chefe.
Tuas veias pulsam entre as estradas perigosas,
Mas tens um colo tão protetor.
O teu povo, de coração gigante,
Reflete a imensidão do teu território.
A colonização marcou os teus traços,
Mas a liberdade, ainda que tardia,
Te fez viva e autêntica. Inesquecível.
Tu és resistência, Minas,
Mas também és residência. Lar.
Por mais gerais que sejas, és única. Especial.
Deus me fez tua por vocação,
E até o meu jeito de falar te carrega comigo.
Onde quer que eu vá,
O teu triângulo vermelho
Marca invisível a minha pele.
Tu és destino e saudade,
Terra amada e origem.
És famosa e mais bela ainda na desatenção.
Tu guardas cidades históricas,
Mas és, sobretudo, cenário do meu enredo.