A melhor parte de qualquer relação continua sendo a sinceridade ambígua. Deixar que a dúvida paire sobre o que sentimos é, concretamente, sinônimo de indiferença e desprezo. Talvez todos nós, ainda que involuntariamente, em algum momento, estaremos sujeitos ao abandono. O preparo para tal é ignorado até que deixe de ser uma opção e se torne o único caminho viável. E, mesmo quando achamos que nada nos atingirá, somos surpreendidos fragilidade que nem conhecíamos.
A realidade é feroz: ninguém nunca está preparado para se ver sendo deixado por alguém. Embora acreditemos que nunca somos bons o suficiente e o complexo de inferioridade constitua a nossa forma de ver a vida, acabamos alimentando a ideia de que talvez sejamos a escolha final.
Quando assim não é, vemos-nos, mais uma vez no estado inicial, o de impotência... Vergonha por enxergar tudo o que abrimos e mão e a tolice de estar sempre à disposição. Até tentamos pensar que era para ser assim, mas somos invadidos pela perspectiva analítica incansável pelo o que fizemos de errado.
Se eu puder dizer algo a vocês, fiquem em paz. Não fizemos nada de errado. Revelamos o nosso mais íntimo ser para quem tinha medo da profundidade. Mostramos nossos defeitos da forma mais delicada possível para quem acreditava que perfeição existia e se achava irretocável. A dor, por mais insistente que pareça, será um dia sutil. Eu prometo. Saibam que o caos estimula a restabelecimento de prioridades. Só seguiremos fluindo quando direcionarmos os olhares para o rumo certo. Nós cairemos, inevitavelmente. Sem mais, de forma literal, levantaremo-nos mil vezes mais fortes.