Todas as vezes que eu olhar pro céu
E acreditar que as estrelas são sinais do além
Estarei, de algum lugar, desafiando o feitiço
Com a coragem de correr o risco
Abraçada em seu colo ao curvar
Num abraço meu peito fundiu
O destino voltar para mostrar
Minha fala sumiu por completo
O silêncio foi capaz de gritar
A imensidão do que não duvidou
Era "sim" antes 'deu' acreditar
Senti a invasão hostil
As palavras soaram injustas
Eu queria dizer, mas não pude
O caos não dá pra tocar
No silêncio capaz eu ouvi quase tudo
Na calmaria da noite
Eu estava a gritar
O acaso sorriu
O destino acenou
Fui daqui até lá num piscar
O coração, desesperado,
berrava calado
batendo suave me retornou
Seus braços, esboçados
Envolveram minha pele
Os seus olhos piscaram
E o mundo a pausar
Eu ficaria se pedisse, sabe?
Até hoje releio
Sem me conformar
Para sempre é pouco, meu bem
o inesquecível foi posto
Eu tava aqui pensando
Em permanecer lá
Na beira da água,
Com a lua no chão.
O movimento escorrido
A vontade de estar
Um amor nem vivido
Imaturo, recente
Saudade iminente
Ensinando a amar
Um inverno é o bastante
Para quem nunca esqueceu
Tem frio todo ano
O arrepio ao pensar
Energia que foi
Mas que vem e que fica
Seus cabelos no rosto
Ao sorrir e ao cantar
Nada foi desde então
Mas estive contigo
Isso sempre lembro
Onde eu queria estar
A vida é a mesma daquilo
Nunca fui ela mais
Voltei, resistente
Nem sei quando foi
Que deixei de esperar
Me mudou para sempre
Num filme na serra
Do terceiro ao
Vigésimo primeiro andar
Por mil anos, sua voz
Presente em minha mente
A rosa a da promessa
Cumprida e entregue
Para comprovar
original de 24/jul/19.