Onde é o lar de quem não tem casa, amor?
Dentro do colo de alguém que não pertence?
Dentro da memória de alguém que esquece?
É tanto lugar pra escolher morar em um só
Tanto abraço que pede pra ficar
Tanta boca implorando pra sentir
Foram tantas as rotas pelas quais passei, meu bem
Tantas paradas inesperadas
Uma infinidade de caminhos a percorrer em você
Destino logo lá
Emoção firme aqui.
No toque, no ar, no sonho, no altar
É fácil fazer morada quando o corpo encaixa
Quando as palavras somem
E todos os sussurros são, lentamente, arrancados
Difícil demais ir embora
Quando o riso desmonta, a roupa some
E a cama amarrota
Quando o suor ali deixado tem cheiro de paz
Quando o auge da guerra é entre batalhas invencíveis
A pauta é quem consegue segurar mais tempo
O desafio é esconder tudo aquilo o que sente.