Em lados opostos
O jogo de palavras subtendido
Amor que se entende, se sente 
Se mede,
Mas que não pode ser vivido 
As belezas naturais, singelas 
Comparadas aos seus números 
Irracionais, imparáveis 
A visão de quem ama, iludida
Silêncio gritante, expectativa aplaudida
Viabilidade aferida em todas as áreas
Não dá pra seguir fingindo que a vida é só humana(s)
Além do que se pretende, pra não se ferir,
é preciso saber o que emana
E o limite do que pode receber 
Tudo aquilo que não foi dito, mas escrito
Contrário às equações 
Cobrado sem comprometimento
Muita paixão, fogo ardente
Nunca aberto ao sentimento:
Resultado impossível.
Depois de um tempo, as perguntas 
Uma incógnita literal
A alternativa mais arriscada
Muito dano colateral
Por fim, a vida que segue em segredo
Todos os passos calculados
Fleches deliciosos de lembranças 
Não nos entregamos por medo
Então… sigo fazendo contas
Vendo se as linhas 
são perpendiculares ou paralelas
Mas eu sei, lá no fundo,
Que toda cor é misturada, aquarela
Não dá para encontrar um tom só
E entre tantas perspectivas, frustradas
Eu me pego aqui, acorrentada
À estrada infinita de um número periódico
Pensamento batido, irrisório
Mas que sobreviveu em mim 
    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *