Lembrou de uma época na qual não viveu
E sentiu algo persistente causando incômodo.
Sentada com a solidão e observando a visão de outro planeta,
Foi quase como se nunca tivesse tido contato com o resto do mundo.
Na verdade, se já conheceu alguém além de si,
Preferiu viver só do que perto de gente vazia.
Estava sem fé na vida porque nem mesmo se percebia acordada.
Permaneceu tão perto do fim quanto da própria consciência.
Ficou perplexa ao perceber o concreto esfarelando e decidiu partir.
Pousou com os pés cravados mesmo na gravidade diversa.
Otimista na persistência das coisas ruins,
Teve a ciência da distância de tudo o que um dia já desejou.
Acostumou-se com a velocidade em que se afasta de tudo
E ficou confortável com a ideia de perder o que, outrora, conquistou.
Manteve-se longe de descobrir quem é de forma imutável
E se encontrou perdida em pensamentos indecentes.
Entregou-se à sensação que refresca e sentiu o vento do escuro em seu rosto.
Frenética na busca por algo que a instigasse,
Apaixonou-se pelo caos e desistiu do conto de fadas.
Rindo, da lua, de qualquer realidade que possa ter vivido aqui,
Aceitou seu destino quase como um presságio.

adptado em 01/jul/2023

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