Poderia me esconder por trás da pessoa 
Que sei que não veria ser
Mas o que sou, hoje, ninguém mais quer
Mas eu quero e me orgulho.
Coração de pedra até consegue disfarçar
Eu sou mole, preciso me exteriorizar.
Tá tudo bem não tá sempre tudo bem
O comodismo seria ainda mais preocupante.
Tô em paz no improvável,
mas não preciso de armadura
Para entrar no escuro do desconhecido.
O que eu falo é só que sei
E eu não sei nada!
O que eu fiz é o que pude
Deveria dar para fazer mais.
A teimosia é julgada por quem é fraco
Infiel até aos próprios desejos.
Pode até machucar o caminho
Ou partir no final,
mas eu fui.
Dar é errado é perspectiva
Quem é que garante que o seu é melhor?
Pode até me tentar convencer
Mas eu driblo esta arte de encaminhar.
Nem preciso passar 
Por cima de tudo
Mas, às vezes,
Escolho em cima para controlar.
E quem pode me dizer que é ruim?
Eu só negocio o amor em leilão...
Quem dá mais?
Não tem energia
Que me faça vender o que é
Ou me distribuir pra tentar ter.
Não preciso olhar para baixo 
Para ser feliz
Daqui, na linha do olhar,
Eu reconheço o meu privilégio.
Apanhei tanto da vida
Que é hora de brigar
Contra o mundo.
Foram tantas muralhas
Que fitaram o correr do dia
Admirando a minha maneira
De nunca desistir.
Eu estava lá!
Esperar tem limite
E ninguém fala sobre se apressar
Agora é tudo ou nada
E o nada pode ser que até seja melhor.
O risco é divino
Ele é bom de assistir
Dá para se divertir
Sem se extrapolar.

adaptado em setembro/2021

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