Noronha merece bem mais
Mas, como uma sobrevivente,
Segue firme encantando.
Mesmo com a sua triste história,
Liberta almas descrentes
De que aquele solo é mágico.
(Não há prisão onde Deus mora).
Abandonada por quem a protegeria,
Cercada de gente que a ama,
Não aceitou ser menos e foi o m-á-x-i-m-o.
Se há culpa que a apaga,
Ela mesma se acende.
Revela-se, belíssima, sem edição.
No escuro de suas praças negligenciadas,
A lua ilumina o caminho e mostra a realidade:
Dá para ser tudo e nada ao mesmo tempo.
Na areia de seu mar intocável
O futuro é destino inescusável
E detalhe que nem merece atenção.
Nos seus morros e em seus lugares proibidos,
A certeza de que a boa vista é só depois da procura.
Vale o esforço para vê-la de perto.
Anfriã dos famosos
E das câmeras superficiais,
É enxergada aquém do que, de fato, é.
A sua maior riqueza é nativa
E vai além dos holofotes.
Nem precisa de foco, afinal.
Uma pena que não a entendem…
Tem mais gente esperando a foto
Que pronta para senti-la intimamente.
Carregada de medos injusticáveis,
Eu mergulhei em sua alma
E me vi lá de dentro.
Foi incrivelmente clara
A maneira como me inundei de paz
Nas profundezas de seu azul escuro.
Bastou um beijo de brisa
Para que eu me sentisse curada.
Até a playlist foi sob medida…
Depois, a festa e os sete pulos do aviso
Rugiram que era uma parte de mim
Que me encontrava.
Foi uma resposta a cada remada
Enquanto o sol era endeusado.
Os problemas sumiram navegando em seu colo…
Eu a busquei pela razão errada.
Queria riscá-la da lista!
Na verdade, foi ela quem me reescreveu.
(E fez com que tudo parecesse certo).
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