50 mundos da varanda do meu quarto
Observáveis a acanhados metros de distância
Poucas janela acessas
Mais vida ainda na escuridão
Confraternizações habitáveis
E solidões escondidas
Segredos guardados
E risos soltos à deriva
50 histórias desconhecidas
Dos poucos rostos à vista
Metragens vazias em mentes tão cheias
A procura incessante pelo lar aonde repousa
50 diversidades implorando por atenção
Não há amplitude visual que me permita ver mais
Mesmo artificial, escuto os sons naturais
Percebo que o topo não é tão inacessível
50 sonhos com o mesmo objetivo
Multiplicados pelos sujeitos que os realizam
Várias realidades moldadas em volta de uma visão única
50 gestos de se demonstrar ser quem é
Enquanto uns corpos descansam para se recarregar
Outros correm à espera da próxima aventura
Enquanto gentes habitam para estar
Outras pessoas estão de partida
50 despedidas que não vão embora
50 visitas que querem ficar
A brisa sentida, apreciada e valorizada
Os 50 sentidos do 21º andar.