O meu amor foi discreto e permaneceu escondido enquanto eu descobria outros ares. No entanto, bastava um respiro de alívio para que a vontade de encontrá-lo invadisse.
Então, em um minuto de silêncio ou de concentração, lá estava. Abstraindo os futuros paralelos de cada realidade apresentada, as frases se formavam espontaneamente.
Contrário ao peso dos meus sentimentos, de tão leves vagavam... eram esquecidas. Relembradas! Modificadas. Eternizadas em suas versões adaptadas.
Como encobrir quem eu era tinha prazo de validade, fui sendo lida ao longo do tempo através dos momentos despretensiosos de conforto. Quanto mais alguém me conhecia por meio das minhas próprias palavras, mais me sentia despida. Invadida.
Afinal, o que são os meus textos se não a minha visão profunda do mundo? O que são as histórias que escrevo se não o meu posicionamento enviesado?
Uma vez de volta, a paixão dominou. Mesmo com o pouco tempo - por menor que fosse a inspiração -qualquer vida acontecendo virou poesia.
Correndo ao encontro do exato, dos cálculos inflexíveis e do destino certo, apenas a presença da arte foi capaz de me retornar para mim mesma. Desde então, somos indissociáveis. 

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