Já faz tanto tempo
Que me causa estranheza
Preciso pegar no jeito
Embora pensar me embale
Estar longe das palavras
É como negar a minha própria natureza
É passar os dias sem sorrir para o inevitável
Viver a vida sem registrar em texto
Parece-me comer sem sentir o sabor…
Saciar a fome, mas não me emocionar ao descobrir novos gostos
E, por mais que eu negue o dom,
Até eu mesma me reconheço
Mais ao me ler…
Posso guardar em fotografia
Mas só as frases me teletransportam
Posso até me despir de paixão repentina
Mas só uma carta me tornaria vulneravelmente entregue.