Cômico como a única certeza é a do fim Como se a gente fosse viver pelo arrependimento E não pela vontade de viver em si.
Patético pensar que a bondade E o amor servem como redenção Quando são, na verdade, a verdadeira razão Pela qual fazer qualquer coisa.
Estranho sentir que o medo trava mais Que a consciência E que a gente vive mais em função do externo Do que de quem nos vê por dentro.
Uma loucura pensar que a gente
Guarda o amor
E é obrigado a dizer que sente muito
Quando ninguém mais é capaz de ouvir.
Vergonhoso reconhecer que sempre Precisamos de muito Quando o valor sempre esteve No que não se mede.
Triste imaginar que tem gente que nasce só
E morre sem nunca ter estado
Com alguém sem precedentes
Muito arrogante da nossa parte Tentar descobrir o tempo certo das coisas E depositar em nossos próprios mitos A culpa da nossa covardia.
“Se nada nos salva da morte, que ao menos o amor nos salve a vida.”
Se a felicidade bateu é porque você fez por merecer. Eu sei que parece demais saber que o sonho pode ser realidade, Mas tem coisa gigante que a gente nem enxerga por ser assim, pequenino.
Cada um oferece o que tem e você só fui luz.
Sei que clareou muita gente enquanto foi deixada sozinha no escuro.
Você está, apenas, recebendo aquilo que proporcionou.
Você não estava esperando e, pronto: chegou!
Deus te honrou mesmo estando invisível.
Agora, corra pras flores que plantou em terro infértil
E sinta os olhos sensíveis ao perceber tanta cor.
Se você quer mais amor, viva do seu jeito e nunca questione
O seu foco de semear te alimentou até onde me encontro agora.
Viva leve carregando os seus fardos e saiba a hora de abandoná-los.
Ajude outros a encontrarem o próprio caminho e se encontre.
Depois, me encontre aqui e se reconheça.
adaptado em 01/jul/2023
Me diz o que fazer quando tudo muda sem que eu possa opinar?
Me diz quando calar se eu só quero gritar o tempo todo...
Me mostra a exclusividade dos chiquês? Me prova que eu estava errada por fugir..
Me mostra onde a linha tênue atravessou e a companhia virou amor? Me faz pensar que eu deveria ter te enxergado antes...
Me fala que eu demorei para reconhecer o que já existia? Me pega no colo enquanto caminho perdida...
Me perdoa por ter complicado o que era simples? Me deixa perceber que ainda dá tempo...
Me ajuda a carregar a minha culpa?
Me apoia enquanto tento subir por você...
Me aponta a direção enquanto percorro? Me espalha no seu rumo distinto de qualquer outra coisa que eu tenha experimentado...
Me deixa ser prática diante da inconsistência? Me acolhe em seu colo enquanto me encaixo no caos...
Em lados opostos, o meu olhar atento buscou você ao redor. Do vazio no meio do turbilhão, senti a saudade do que nem vivi E uma vontade demasiada, quase insuportável, de experimentar.
Pensei nas promessas descumpridas, ouvindo "Só Hoje" baixinho em repetição, E percebi a invasão do meu desejo - incontrolável - De que fosse permanente o que toquei de maneira pontual. Então, o sabor do açaí com confete e chantilly que antecedeu o beijo único que eu tanto quis, Lembrou-me de que poderia voltar àquele dia, unilateralmente, só pela boca.
Depois, nos lados únicos de caminhos bifurcados, Segui rumo a um fim conveniente. Do escuro do que não quisemos enxergar, Eu pude ver a sua vontade de que também acontecesse. Logo, iniciamos a luta invencível para desmentir o que já era real. Do meu lado, permaneci esperançosa de que você confirmasse o que, para mim, já existia.
Continuei sonhando com você sendo levado pelo que diz sentir, Ignorando a diferença entre falar e fazer, Ao correr o risco de ser só eu em algo que imaginei ser nós. Reli a história de um futuro que não escrevemos E empurrei para o amanhã apenas pela covardia de ir atrás agora.
Odiando contar com o destino quando sabia o que queria, Fiquei frustada por esperar algo que poderia não vir. No fim, a certeza da subordinação à paixão que sufoca instigou o meu ego a assumir as rédeas.
Sem que eu pudesse evitar, sonhei com a lucidez do que me enlouqueceu E, por fim, fiquei certa de que outras incertezas se adequariam.
Lembrou de uma época na qual não viveu E sentiu algo persistente causando incômodo. Sentada com a solidão e observando a visão de outro planeta, Foi quase como se nunca tivesse tido contato com o resto do mundo. Na verdade, se já conheceu alguém além de si, Preferiu viver só do que perto de gente vazia.
Estava sem fé na vida porque nem mesmo se percebia acordada. Permaneceu tão perto do fim quanto da própria consciência. Ficou perplexa ao perceber o concreto esfarelando e decidiu partir. Pousou com os pés cravados mesmo na gravidade diversa.
Otimista na persistência das coisas ruins, Teve a ciência da distância de tudo o que um dia já desejou. Acostumou-se com a velocidade em que se afasta de tudo E ficou confortável com a ideia de perder o que, outrora, conquistou.
Manteve-se longe de descobrir quem é de forma imutável
E se encontrou perdida em pensamentos indecentes.
Entregou-se à sensação que refresca e sentiu o vento do escuro em seu rosto.
Frenética na busca por algo que a instigasse,
Apaixonou-se pelo caos e desistiu do conto de fadas.
Rindo, da lua, de qualquer realidade que possa ter vivido aqui,
Aceitou seu destino quase como um presságio.
adptado em 01/jul/2023