As tuas formas parecem casa,E cada janela tuaEmoldura o amor. Nas ruas cotidianas,As pedras levam ao caminho conhecido,Mas sempre novo, assim como tu. Das tuas curvasSopra a brisa leve,E todo [...]
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A energia é interrompidaE não há planos que vigoramQuando a tomada na paredeÉ incapaz de gerar força Não há roupa suja o suficienteNão há corpo suado o bastanteNenhum plano é [...]
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Eu não posso dizer que digo poucoPois te digo todos os dias.Ainda assim, toda vez é nada Perto do tantão que sinto. Amor meu, que delícia morar no seu abraço!Que [...]
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A minha história sempre foi escrita pelas margens de tudo. Ainda assim, protagonizei cada cena de dentro da minha bolha. Não deixa de ser verdade o fato de eu ter vivido em algum lugar do mundo alheia à linha do tempo. Todavia, a perspectiva pacificada é a de que nenhuma cena cujo personagem principal é o figurante merece ser televisionada.

No entanto, a minha arte seguiu reluzindo em escuridões por onde não adentrei. Mesmo odiando holofotes, sempre senti uma luz forte batendo em meu rosto de modo a me virar para o lado correto.

Pode parecer engrandecedor a ideia de ser o destino das atenções. Acontece é que para mim, na realidade, ter o nome estampado em um outdoor soa mais como a sensação de estar sozinha em um palco diante de uma plateia silenciosa, esperando o primeiro ato, do que como glória de fazer tudo acontecer. Eu gosto dos bastidores.

Inevitavelmente, em virtude do meu comprometimento irrestrito, fui a número um de todas as minhas projeções e, por vezes, a minha colocação também se refletiu naquilo que me cercava. Nem por isso, claro, ocupei o ranking. Não há espaço para infinitude onde se cultua o ego.

Por sorte ou cuidado de Deus, contudo, fui enxergada, profundamente, por quem desejei. O acolhimento sem precedentes que recebi em espaços tão inesperados é única razão pela qual abrir este espaço. Quero estar presente em lugares distintos se não pelo corpo físico.

Nestes 23 anos, então, as palavras fizeram parte de mim de maneira indissociável. É claro que eu não escrevo apenas sobre o que vivo. Grande parte dos meus textos são oriundos de observações minuciosas. Por isso, ser invisível no meio da multidão me parece um presente desde que a consciência me adentrou.

A porta do carro se fechou
Eu entrei em casa sem querer
Parei na porta, sem ar,
Sem acreditar que o que era pra ser
Não foi
Parecia tudo certo até não ser
E não havia nada que eu pudesse ter feito
Aparentemente, o tudo ainda é pouco
Pra quem quer outra coisa
Repassei cada segundo
Senti no corpo cada toque
Vivi o que não aconteceu
E lamentei pelo futuro perdido
Fiquei inquieta, estática
Com a mente em êxtase
Enquanto o corpo mal respondia
Abri o celular
Para que o tempo corresse
Sem que eu precisasse pensar
Encontrei a promessa de paz
Em forma de oração
A rosa que sinalizava o desejo atendido
Nem recebeu o valor que merecia
Eu só queria não ter que lembrar mais
Quando finalmente a recebi, estava claro
Existem rotatórias para voltar ao destino correto

Quando estiver, finalmente, sozinho
Lembra que nos seus braços me enlacei
Passe o tempo que for, bem querer
Nosso encaixe permanecerá sob medida
Quando quiser voltar pra casa
Saiba que lar é qualquer lugar
Onde estejamos juntos
Então vem me encontrar, finalmente
Quando pensar em mim
Lembra que só não foi porque
A matemática de nós
Não cabia o resultado final
E nenhuma outra ciência
Seria capaz de explicar
Quando passar o tempo
E olhar pra trás
Saiba que a vida é pra frente
Nada termina aqui
O infinito é tangível, afinal

Amor meu
O mundo é mais bonito quando você sorri
E, enquanto as covinhas se escondem
Na barba em evolução
Todo ao redor se ilumina
Quando está feliz
Amor meu
A sua persistência é tão rara
E é impossível imaginar
Alguém com a sua carga
Sendo tão leve
Coisa linda,
Foi tão único desde sempre
E eu sempre soube que seria
mesmo quando ainda não era
Não precisava de rosas,
Nem de muitos ajustes
Mas tudo se moldou
Para que nos encontrássemos
Desde então, amor meu
Ser sua é a minha melhor versão
E não há, em toda a galáxia,
Nenhum lugar onde queria estar
Embora todo destino seja válido
Contanto que você esteja nele

Um novo mundo pode ser o reinício
E, se você parar para analisar,
Tem muito mais na incerteza
Do que naquilo que já viveu
Caso deseje ir proutro planeja
Saiba que eu crio o meu próprio mundo
Por mais que eu tenha medo do escuro
Aceitaria qualquer colonização fora daqui
Pra viver um pouco mais contigo
Enquanto te vejo navegar pelo infinito
Percebo o quanto já me descobriu
Isso além de percorrer cada cantinho
Só pra ter certeza de que já tinha experimentado tudo
Talvez explorar seja descobrir o inédito, eu sei
Mas, às vezes, acho que é só ressignificar o que já existe
E enxergar com mágica cada coisa superficial
Afinal, o conceito alienígena
É só imaginar alguém diferente…
Quem garante que, na verdade,
Não somos todos iguais?
Tirando você, resplandecente sob qualquer olhar,
De nenhum outro lugar seria
Ou de todos os destinos se você estiver

Não consigo me devanear
Eu sei que a parede verde
E a luz indireta me esperam
E lá, no palco em que me encantei,
Nasceu quem sou até hoje
Mesmo longe dos aplausos
Não sei como consigo sentir tanto
Sem dividir ao compartilhar
A verdade é que as palavras são amigas
Diminuem o pranto quando a gente se encontra
E no canto em que projetei o abajur
Tem a prova do que impede de chegar
Mas eu sei que esse brilho restou
E já faz tanto tempo que eu o escondo…

Era pequeno, na mente, até eu poder enxergar
Os seus olhos, pequenos, mal comportavam as minhas intenções
Na rotina, distante, ele foi confortável
Abriu as portas da casa
Por saber onde chegar
Todo mundo o visitou e se encantou
Não deu pra resistir aos metros que se posicionavam tão bem

Te verei na tv
E já tô te esperando
Apertei cada tecla
Pra poder te encontrar
Numa sequência exata
Lá estava o seu nome
Uma junção quase artística,
Única, em qualquer lugar.
Enquanto me arranjo,
Fiscalizando o meu som,
Sei que está logo ali
Indo ao próprio encontro
Meu astro, Deus grego,
Celebridade do meu mundo
Falta só um segundo pra você entregar
Tô aqui, me ligando,
Te olhando da tela
Esperei toda a vida
Pra te ter no altar
Fiz um culto pra sua luz, meu amor,
E os fiéis eram todos eu
Mas seu brilho é tão forte,
Espontâneo,
Que, de imediato,
Ele transcendeu
Tinha gente também
Para poder aprender
Tanto conteúdo, tanta bagagem
E a maior riqueza, pra mim, é você
Bastou começar
Para se reconhecer
Você tinha domínio!
Nem precisou parecer.
Incrível como consegue ser incrível em tudo…
Aos pouquinhos, como uma imã,
Arrastou todos os olhares pra si
E o tempo correu pra não
Deixar me afastar
Rendeu mais do que quis
Por te querer aqui perto
Mas seria injusto demais
Te limitar de brilhar
Eu te quero em segredo
Como um prêmio absurdo
Mas te deixo às claras
Pois seu valor é demasiado até pra mim
Percorra este escuro
E encontre respostas
Sonhe e acredite
Poder realizar
Tava só aguardando
Há um clique distante
Bem-vindo ao glamour
De escolher se revelar
Só quem sabe se mostra.
E encanta!

O ideal era que a gente soubesse que a beleza vive dentro.
Mas eu sei que por aí você também espera a primavera para se permitir desabrochar.
E, se - até agora - as coisas pareceram opacas e você se agarrou à estação para enxergar o mundo colorido outra vez, abra os olhos e se tranquilize, querida, setembro chegou!
Aproveite o renascer para se reconstituir. Está tudo bem! Só não se esqueça de criar raízes fortes o bastante para sobreviverem ao ano todo.
É sempre tempo de florescer, independente do céu lá fora.